Durante séculos a natureza era retratada pelos Portugueses em forma de verso ou prosa, as referências eram ao panteísmo, a árvore era engrandecida pois se tinha a ideia de que a natureza, o universo e Deus era uma única e mesma coisa. José de Anchieta, padre e também escritor foi o primeiro naturalista da história do Brasil, seus escritos eram dedicados à descrição da fauna brasileira, ele descrevia aves, insetos, mamíferos e etc., sendo o primeiro autor a descrever o fenômeno da piracema. Anchieta sempre descrevia suas observações frente ao que descobria na paisagem brasileira de forma exuberante, descrevendo todo o crédito da beleza que via, sendo como obra da natureza.
Depois, a primeira geração dos escritores romancistas surgiu com um sentimento de liberdade literária, uma necessidade de autonomia que enfim retratasse a nossa cultura, a língua e a história de maneira autêntica. O sentimento nacionalista dos primeiros românticos vieram em forma de poesia exaltando a natureza do Brasil com uma linguagem mais acessível, como em “Canção do exílio “ de Gonçalves Dias, uma poesia bastante famosa.
Outra obra que foi bastante afamada foi o romance juvenil “ Meu pé de Laranja Lima “ José Mauro de Vasconcelos, onde a árvore tem uma forte ligação com a criança protagonista da história, a árvore torna-se amiga e confidente do garoto carente de afeto, a relação entre ele e a natureza resultou em uma maior consciência social ao leitor, uma crítica sobre a construção de relações afetivas. Na produção literária de José Mauro de Vasconcelos a árvore, a natureza em si, é refletida como parte importante na vida cotidiana, seja como parte de relação imaginária de uma criança ou como um simbolismo de identidade filosófica de um adulto.
Hoje em dia a presença da árvore se destaca na literatura fantástica, onde é sempre uma representação da força da natureza, e que ocupa um lugar honrado, o lado do bem contra o mal. A árvore na literatura fantástica faz parte de um enredo que a aborda como um elemento central no destino da humanidade, ela representa a parte pura e justa da vida, onde podemos ver na trilogiade J.R.R. Tolkien, “ O senhor dos anéis”. A árvore em “O senhor dos anéis ”, ganha vida com uma figura de uma árvore com uma aparência humanoide cujos atributos são proteger a floresta e lutar contra o mal, elas são fortes e tramam batalhas físicas em guerras contra monstros que almejam as trevas. Consagrasse aí então a literatura como parte fundamental para formular novas ações éticas e condutas morais numa sociedade em constante transição, a literatura é uma forma de respostas diante as várias perguntas em uma sociedade, uma porta para a reflexão, e uma forma de conscientizar as pessoas sobre a importância da preservação da natureza é expondo-as a uma leitura que proporcione uma rica experiência emocional e empática. Em toda a literatura a natureza é vista com maestria como parte fundamental na relação com o homem, uma relação que engrandece, dignifica e transforma o mundo positivamente.