Coleção de Diversidade Biológica: A Mais Rica Biblioteca Genética do Planeta

As florestas primárias são ricas em habitats que abrigam grande diversidade de plantas, fungos, artrópodes, mamíferos, repteis e aves silvestres de valor alimentício, ornamental, químico, genético, cultural e medicinal.

A macro e microbiota que habita o solo das florestas decompõem a matéria orgânica e reciclam nutrientes que incrementam a fertilidade do solo e favorecem a formação dos solos.

A diversidade biológica florestal engloba a diversidade dentro das florestas em todos os níveis. Não se trata apenas de espécies arbóreas, incluem também espécies de plantas, animais e microrganismos presentes nesse ecossistema florestal.

Estima se a existência de 30 milhões de espécies, sendo que apenas 1,4 milhões são oficialmente registradas.

Infelizmente, as taxas de destruição de habitats eliminam espécies mais rápido do que se pode registrá-las.

Em 1 hectare de floresta tropical pode conter 750 espécies de árvores e 1500 tipos de outras plantas. Em uma velha árvore dessa mesma floresta, por exemplo, se pode contabilizar mais de 1500 invertebrados. Uma simples árvore pode abrigar 43 espécies de formigas.

Existe uma biodiversidade oculta dos olhos humanos nas florestas. Milhões de microrganismos vivem em um punhado de solo. A comunidade microbiana é um grande segredo. A grande maioria não tem nem nome e tão pouco se conhece. Dos actinomicetos e bactérias, foram extraídos os antibióticos mais eficazes.

Quanto maior a biodiversidade de um sistema florestal, maior a circulação dos elementos minerais, que com frequência constituem o fator limitante.

Em 1 hectare de floresta temperada, por exemplo, estima-se haver 10 kg de vertebrados por tonelada de terra.

Grande parte da vida do solo e invisível. Sua relevância biológica não esta ligada a sua dimensão. Certos organismos microscópicos são indispensáveis à vida da floresta. É o caso de bactérias e fungos. Destruindo-se as florestas, as grandes partes dele seriam mortas por insolação direta e altas temperaturas.

A bioquímica das árvores é fascinante. Como elas têm que se defender de inúmeros inimigos, produzem as mais variadas moléculas. Algumas com propriedades medicinais, servindo para tratar malária, aumentar a circulação de sangue no cérebro e tratar câncer.

Cerca de 2000 espécies de arvores são utilizadas na farmacopéia tradicional, cunho da indústria farmacêutica moderna e do mercado fitoterápico. Cada árvore é uma usina de substâncias químicas inestimáveis.

A biodiversidade apresenta ampla utilidade para a humanidade. Para citar alguns exemplos cabe mencionar os macacos que são utilizados na investigação de novos medicamentos, as baratas que conservam os segredos de serem os únicos animais resistentes a radiação nuclear, as toxinas dos anfíbios, répteis, serpentes e aranhas, fontes importantes de novos fármacos.

Hoje, mais do que nunca, para salvar a biodiversidade é necessário salvaguardar os habitats necessários para esse fim.

No mundo, 17 países abrigam 70% da biodiversidade mundial. Entre eles, o Brasil ocupa o primeiro lugar, abrigando entre 15% e 20% de toda a biodiversidade planetária, o maior número de espécies endêmicas, a maior floresta tropical (Floresta Amazônica) e dois dos hotspots mundiais (Mata Atlântica e Cerrado).

A Amazônia é considerada uma das regiões mais ricas em biodiversidade do mundo. Estima-se, nesta zona florestal, a existência de 2,5 milhões de espécies de insetos, 40000 de plantas, 3000 de peixes, 1300 de aves, 430 de mamíferos, 430 de anfíbios e 380 de repteis. Todavia, há muitas espécies a serem descobertas e investigadas ainda.

O desmatamento ocorrido entre 1970 e 2008 foi responsável pela extinção de 80% a 90% dos vertebrados.

Vale destacar que mais de 50% dos medicamentos modernos procedem de plantas, em sua maioria tropicais.