É preciso formar melhor geração para construir um futuro melhor para as florestas e o planeta

É certo que a educação ambiental pode muito, mas não pode tudo. Países altamente escolarizados cometeram e continuam cometendo graves atentados contra a natureza. Mesmo assim, a educação ainda continua sendo o melhor instrumento para aumentar o número de cuidadores e diminuir o de depredadores. Segundo Claudio de Moura Castro, “as consequências da educação sobre valores, atitudes, aspirações e hábitos são potentese “quem tem mais escolaridade valoriza mais o futuro e, em prol dele, dispõe-se a abrir mão de gratificações presentes. Pensa mais no filho, no neto e no mundo que deixará para eles”.

A Declaração Final da Rio + 20 reconhece que as gerações mais jovens são os guardiões do futuro, devendo-se dotar os sistemas educacionais de meios para preparar melhor os jovens para a promoção do desenvolvimento sustentável, mediante melhor formação de professores e melhor formulação de currículos em torno da sustentabilidade e de programas escolares que abordem as questões ligadas à sustentabilidade. O documento recomenda que os estados promovam a conscientização para o desenvolvimento sustentável entre os jovens, nomeadamente, através da promoção de programas de educação não formal, em conformidade com as metas da Década das Nações Unidas da Educação para o Desenvolvimento Sustentável.

A Carta de São Paulo sobre Mudanças Climáticas, resultante do 17º Congresso Brasileiro de Direito Ambiental, realizado em 2012, aponta, no parágrafo 5º, que o enfoque correto não é afirmar que é preciso preservar o ambiente para às gerações futuras, mas sim formar melhores gerações, capazes de construir um futuro melhor. O seu parágrafo 6º reforça a confiança de que a Educação Ambiental é a via capaz de gerar nova racionalidade, “apta a fundamentar modos alternativos de vida, baseados em valores como a diversidade cultural, gestão participativa dos recursos naturais, justiça social e sustentabilidade ecológica”.

As leis apontam o caminho a ser trilhado na proteção das florestas, mas isso não é suficiente. Urge, portanto, centrar esforços na formação de nova geração que entenda melhor os fluxos e ciclos da natureza. Quem conhece tem maior probabilidade de proteger. Urge substituir comportamentos centrados no egoísmo, no consumismo e na busca do lucro fácil e imediato. A melhorar alternativa para se promover a proteção ambiental está em diminuir o exército de depredadores e aumentar a legião de protetores. Daí a razão de ser deste projeto.

A título de reflexão, vale reproduzir as palavras do ex-ministro da Agricultura Armando Monteiro Filho gravadas na Exposição de motivos do Código Florestal de 1965, in litteris:

Quando cada brasileiro souber o que representa uma floresta, como fator de sua própria sobrevivência e de seu bem estar, poderemos, então, abolir as penalidades, por absolutamente desnecessárias, como já ocorre em outras partes. Para atingir esse estágio é preciso que desde os livros de leitura das crianças que aprendem a ler, já se principie a ministrar noções florestais. O Rádio e a Televisão como serviços concedidos e o cinema devem obrigatoriamente reservar espaços em seus programas para educação florestal, divulgação da lei, etc. e para conclamar o povo brasileiro para este encargo que se torna de ano para ano, dadas as secas e as enchentes, um problema cada vez mais agudo, não só para a eficiência da agricultura e da pecuária e segurança da sobrevivência das populações que habitam as margens dos rios, como para o próprio abastecimento de água das populações urbanas.

Portanto, é objetivo deste site de extensão promover a educação florestal com vista a conscientizar agricultores, professores, estudantes, ambientalistas e a sociedade brasileira a respeito da relevância da proteção das florestas naturais remanescentes e a importância de se respeitar os principais institutos legais de proteção da vegetação nativa, especialmente das florestas naturais.