Florestas: Os ecossistemas mais evoluidos do planeta

As florestas são os ecossistemas mais evoluídos do planeta. São essenciais para suprir necessidades básicas humanas, como água, alimento, medicamentos, combustível e madeira. Muitos são os seus benefícios para a higidez ambiental e para o saudável funcionamento dos processos ecológicos essenciais, especialmente na regulação do ciclo hidrológico, conservação do solo, mitigação da mudança do clima, proteção contra a desertificação e preservação da diversidade biológica.

As florestas são extremamente ricas em biodiversidade. Estima-se que dois terços de todas as espécies terrestres vivam em florestas ou dependam delas para sua sobrevivência. Atualmente, cerca de 1,75 milhões de espécies de plantas, animais e fungos são conhecidos cientificamente. Contudo, estima-se que possa haver até 100 milhões de espécies, a maioria delas em florestas tropicais. Usado sabiamente, os recursos biológicos florestais podem gerar benefícios econômicos, sociais e culturais inestimáveis. A destruição desse tesouro natural tem consequências de longo alcance para as pessoas, especialmente para os pobres, que dependem das florestas para sua subsistência.

As florestas naturais estão sendo destruídas, em parte porque não têm sido valorizadas o suficiente e porque a economia não contabiliza os serviços ambientais prestados por elas. Hoje, grande parte das florestas remanescentes está degradada e correm risco de desmatamento. Para impedir a perda desse tesouro vivo, é preciso conscientizar os cidadãos e a coletividade no sentido de valorizar a ampla gama de serviços ambientais fornecidos pelas floretas naturais e sua importância para o bem-estar e desenvolvimento humano.

As florestas naturais foram eliminadas, indiscriminadamente, em quase todos os biomas nacionais e seus remanescentes estão gravemente ameaçados. Segundo dados do Serviço Florestal Brasileiro, em 2012, o bioma Cerrado contava com apenas 12,57% de cobertura florestal, a Caatinga 9,08%, a Mata Atlântica 4,41%, o Pantanal 1,96% e o Pampa 0,62%. Portanto, dos seis biomas brasileiros, cinco já não são florestais. Não se sabe até quando o bioma Amazônia ainda pode ser chamado de florestal. Se nada for feito o Brasil caminha, aceleradamente, para integrar o clube de países sem florestas naturais.

O desmatamento desordenado resulta erosão do solo, assoreamento dos cursos de água, alteração dos microclimas locais, afeta o ciclo hidrológico e, em algumas circunstancias, até desertificação. Provoca perdas de fontes ainda desconhecidas de conhecimento cientifico pela eliminação das espécies integrantes do acervo florestal de biodiversidade. A eliminação de florestas significa a perda de um dos ecossistemas mais relevantes da Terra. As queimadas associadas ao desmatamento contribuem significativamente para o efeito estufa, devido à enorme quantidade de CO2 liberada para a atmosfera.

O Brasil continua firma no posto de líder mundial de destruição de florestas naturais. Desde a promulgação da Constituição Federal, em 1988, quando a Floresta Amazônica ganhou status de patrimônio nacional, em seu art. 225, § 4º, o desmatamento acumulado na Amazônia Legal até 2016 alcançou a gigantesca cifra de 421.871 km2, território bem superior ao da Alemanha (357.168 km²). Infelizmente, mais da metade da área desmatada foi abandonada depois de degradada. Além de não gerar progresso sustentável, o modelo vigente de ocupação do território deixa colossal passivo ambiental para as gerações futuras.

A taxa de desmatamento havia diminuído nos últimos anos, mas retomou tendência devastadora desde 2013. O desmatamento em 2016 foi o maior desde 2008, chegando a quase 8.000 km2, com aumento de 28,7% em relação a 2015. Desde a promulgação da Lei 12.651, em maio de 2012, até o final de 2016, a Amazônia perdeu 27.765 km2 de florestas. Comparado a 2012, a taxa anual de desmatamento aumentou 75% em 2016 (INPE, 2017). Isso significa que o Brasil continuará líder mundial na remoção, florestas naturais, especialmente primárias (FAO 2015).

A Floresta Amazônica é o maior monumento orgânico da Terra. Infelizmente, este monumento está sendo destruído e degradado ano a ano. Já foram desmatados 800.000 km2 e o Estado brasileiro não formulou nenhuma estratégia para protegê-lo da pura e simples dilapidação.